Bioeconomia – Vol. 63 – Agosto.2020
Neste volume da carta da ECCON, abordaremos o tema da bioeconomia, assunto amplamente tratado no atual cenário de pandemia.
Conceito
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a bioeconomia é um modelo de produção industrial baseado no uso de recursos biológicos. O objetivo é oferecer soluções para a sustentabilidade dos sistemas de produção com vistas à substituição de recursos fósseis e não renováveis.
Por sua vez, a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) define a bioeconomia como a economia sustentável, que reúne todos os setores da economia que utilizam recursos biológicos (seres vivos).
Em outras palavras, podemos dizer que se trata de um modo de produção que envolve produtos, processos e serviços, nos setores do comércio e da indústria, inserido na estrutura de economia sustentável.
Cenários
Como bem apontam os pesquisadores da EMBRAPA, no Brasil, o termo é novo, mas a ciência não. A bioeconomia já é realidade no país desde a década de 1970, quando foi criado o Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Graças a essa iniciativa, surgida na época para enfrentar a crise mundial do petróleo, o Brasil é hoje o segundo maior produtor mundial de etanol e o maior exportador mundial.
O Brasil também é dono da maior biodiversidade de fauna e flora do planeta e a segunda maior área de florestas do mundo, de forma a viabilizar a comercialização de produtos florestais que vão muito além da madeira, envolvendo itens alimentícios, aromáticos, corantes, borrachas, ceras, fibras, oleaginosos e tanantes.
A bioeconomia envolve também a produção de plásticos biodegradáveis, biopolímeros, biopesticidas, pigmentos, alimentos funcionais e biofortificados até medicamentos, fragrâncias e cosméticos. Com os avanços da biologia sintética, a tendência é que surjam cada vez mais biofármacos, bioinsumos e bioprodutos.
Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a bioeconomia movimenta no mercado mundial cerca de 2 trilhões de euros e gera cerca de 22 milhões de empregos.
Por sua vez, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) apontou, em 2014, que os produtos florestais não madeireiros forneciam alimentos, medicamentos e renda para cerca de 20% da população mundial, especialmente às mulheres e crianças. Segundo a instituição, a bioeconomia pode ajudar e enfrentar problemas globais urgentes, como a fome, a pobreza e as mudanças climáticas.
O Relatório do Desenvolvimento Humano elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) aponta que, em 2011, cerca de 350 milhões de pessoas viviam em florestas ou nas suas proximidades, dependendo destas para a sua subsistência e rendimento.
Destaques para a Amazônia brasileira
Os recentes posicionamentos e exigências de autoridades políticas, empresariais e financeiras do mundo colocam a bioeconomia como solução viável para o planeta. No Brasil, a região norte – em grande parte, com baixos números de Índice de Desenvolvimento Humano –, onde se encontra a Amazônia, é a que apresenta maior potencial. Neste contexto, chamamos atenção para a iniciativa Amazônia Possível, composta por algumas instituições como a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, da qual a ECCON é associada. A iniciativa publicou, este ano, o guia “10 Princípios Empresariais para uma Amazônia Sustentável”, que traz os pontos fundamentais para empresas que atuam ou planejam operar no território brasileiro de maneira responsável.
A equipe multidisciplinar da ECCON está à sua disposição para assessoria técnica ambiental. Para mais informações, entre em contato conosco: contato@wordpress-1196016-4217327.cloudwaysapps.com.
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Gostaríamos de convidá-los a enviarem suas críticas e sugestões, as quais serão consideradas e refletidas em nossas cartas.
Yuri Rugai Marinho
Milena Gomes Talavera Gaspareto
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