Estratégias de recuperação ambiental – Vol. 74 – Julho.2021
Neste volume da carta da ECCON, abordaremos estratégias de recuperação ambiental em áreas que se encontram em processos de degradação.
Inicialmente, é preciso destacar que essas estratégias dependem da magnitude da degradação e do ambiente em se que encontram, considerando a vegetação original, o tipo de solo, a presença de cursos d’água, os usos pretéritos e as atividades que resultaram na deterioração ou modificação dos aspectos ecológicos originais.
A resiliência dos ambientes naturais dependerá destes aspectos originais, que influenciam o ritmo da recuperação.
Magnitude das áreas degradadas
Quando há atividades de grande impacto, tais como processos erosivos decorrentes de obras de infraestrutura, atividades de mineração, extrativismo, agropecuária extensiva, são necessárias ações que combinem conhecimentos e procedimentos conjuntos de setores profissionais como engenharia civil, biologia e agronomia, visando implantar estruturas de drenagens de solos subterrâneos e superficiais, e plantio e controle de espécies de vegetação adequadas ao ambiente em que serão inseridas e monitoradas, para a contenção e estabilização de processos erosivos avançados e ao restabelecimento dos processos naturais de regeneração ambiental.
Em ambientes de menor porte, tais como imóveis rurais de pequenos e médios proprietários em que houve degradação decorrente de manejos inapropriados, podem ser consideradas alternativas de menor custo, que são suficientes para cumprir os requisitos e obrigações legais.
Como opções para recuperação ambiental, destacamos a regeneração natural e algumas técnicas de manejo, como controle de plantas competidoras, adensamento ou enriquecimento da vegetação, ou formação de ilhas de vegetação por meio de técnicas de nucleação.
As técnicas de nucleação são convenientes nos casos de imóveis rurais de pequenos e médios proprietários, com necessidade de adequar suas Áreas de Preservação Permanente (“APP”) e de Reserva Legal (“RL”) devido à eficiência das técnicas aliada ao menor custo, quando comparadas com estratégias mais abrangentes, como plantio de mudas e semeadura direta, ou, ainda, de implantação de sistemas agroflorestais (“SAF”).
Técnicas para regeneração florestal
Em ambientes com alto potencial de regeneração de espécies nativas, medidas de isolamento (tais como cercamento) são suficientes, sem necessidade de manejo.
Quando há necessidade de manejo ou quando se pretende acelerar o desenvolvimento das espécies, são opções o controle de plantas competidoras, introdução de indivíduos de espécies do estágio inicial de sucessão nos espaços com falhas de regeneração natural para adensamento da vegetação, enriquecimento florestal através de introdução de espécies de estágios finais de sucessão ecológica, e a implantação de técnicas de nucleação, formando ilhas de vegetação iniciais que se desenvolvem por interações com microrganismos e processos como polinização e dispersão de sementes.
Outra opção são os sistemas agroflorestais (SAFs), de associação entre árvores exóticas ou nativas e culturas agrícolas, trepadeiras, forrageiras, arbustivas, de acordo com um arranjo espacial e temporal preestabelecido, com alta diversidade de espécies e interações entre elas. Podem ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas. São permitidos em RL, APPs de pequenas propriedades, Áreas de Uso Restrito (“AUR”) com declividade entre 25° e 45° e áreas consolidadas. O plantio de espécies exóticas com espécies nativas de ocorrência regional não pode ultrapassar 50% da área total a ser recuperada.
Por fim, importante notar a necessidade do planejamento da recuperação, com estratégias direcionadas ao caso concreto e ao ambiente natural, devendo existir análises profissionais direcionadas e multidisciplinares, que forneçam a melhor alternativa.
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (“PRAD”)
As atividades de implantação de sistemas de recuperação ambiental, o controle e monitoramento do desenvolvimento dos processos, e previsões de adequações ao longo do tempo, que controlem os riscos associados (a exemplo de ocorrência de fogo, pastoreio de animais, ações de formigas ou pragas agrícolas), devem ser estruturados em um PRAD.
A equipe da ECCON está à sua disposição para serviços de planejamento de recuperação de áreas degradadas e elaboração de PRAD. Para mais informações, entre em contato conosco: contato@wordpress-1196016-4217327.cloudwaysapps.com.
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Gostaríamos de convidá-los a enviarem suas críticas e sugestões, como quais serão considerados e refletidas em nossas cartas.
Yuri Rugai Marinho
Thais Parolin
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