Coronavírus – Edição Extraordinária – Março.2020

O Sars-Cov-2, novo vírus da família conhecida como coronavírus e causador da doença Covid-19, disseminou-se de forma exponencial no mundo inteiro. O tema é delicado e está sendo tratado na maior parte dos canais de comunicação. Nesta carta, gostaríamos de chamar atenção para o aspecto transfronteiriço e global da pandemia que, em menos de 4 meses, levou bilhões de pessoas a permanecerem em casa e paralisou a economia do planeta. Essa natureza transfronteiriça une o tema às questões ambientais, cujos efeitos globais também já estão sendo observados.

O mundo globalizado acelerou os resultados da pandemia e, mesmo com os avanços das ciências e da tecnologia, não foi possível evitar milhares de mortes e contaminações em todos os continentes. Dentre as inúmeras lições que podemos tirar, destacamos a importância da cooperação internacional nos âmbitos econômico, científico e político.

É evidente, também, a importância do papel institucional das organizações internacionais, tais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU), para elaboração de estratégias conjuntas de enfrentamento da pandemia e diminuição dos danos causados.

Em relação ao novo agente do coronavírus, a OMS foi a responsável por identificar o surto em nível global, classificar a situação como pandemia, acompanhar e emitir boletins públicos que indicam a distribuição geográfica e número dos casos, disseminar os mecanismos de tratamento indicados, dentre outras atribuições que são de extrema importância para guiar os passos e ações de contenção dos governos locais.

A importância do papel da OMS também se expande para a promoção da pesquisa científica internacional, essencial para o combate da pandemia. Neste sentido, foi criada, com o apoio de 28 países, incluindo o Brasil, a iniciativa de “Colaboração em Pesquisa Global para Preparação para Doenças Infecciosas” (GLOPID-R), para o financiamento emergencial de pesquisas relacionadas ao combate da Covid-19. A OMS criou, ainda, um novo fundo de resposta para a Covid-19, que tem o objetivo de arrecadar recursos para o enfrentamento da doença em nível global.

Na seara ambiental, a problemática transfronteiriça que já vem sendo discutida há mais tempo é a das mudanças climáticas. Todavia, os impactos e desafios dos danos ao meio ambiente vão muito além, englobando a qualidade das águas dos oceanos, preservação da biodiversidade marinha e terrestre, incêndios florestais, desregulação de chuvas e estações, migração climática etc. O tema também depende de cooperação e ações globais.
 
Nesse contexto, podemos apontar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU, que devem servir como base na agenda mundial a serem atingidos até 2030, com ações que envolvem, por exemplo, reversão do desmatamento, proteção das florestas e da biodiversidade, combate à desertificação, uso sustentável dos oceanos e recursos marinhos.
 
A pandemia deixou ainda mais cristalina a importância da cooperação global para o enfrentamento dos novos desafios do século, tendo em vista que todos nós, moradores do planeta, podemos ser afetados. Os desafios são globais e as soluções só serão implantadas em conjunto, com o comprometimento de toda a comunidade internacional. Nós somos um só povo.

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Gostaríamos de convidá-los a enviarem suas críticas e sugestões, as quais serão consideradas e refletidas em nossas cartas.

Yuri Rugai Marinho
Milena Gomes Talavera Gaspareto

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