ECCON na mídia – Revista Exame – Jul. 2017

Cresce a procura por áreas rurais para compensação ambiental no Brasil

O êxodo urbano é um fenômeno bastante marcante nas últimas décadas em todo o planeta. Famílias e empresas deixaram a zona rural em busca de melhores oportunidades nas cidades. Em 1960, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrava 32 milhões de brasileiros no campo e 38 milhões nas cidades. Em 2010, eram 160 milhões nas cidades e 29 milhões no campo. Ou seja, 85% da população brasileira mora nas cidades.

No mesmo período, a produtividade do agronegócio brasileiro cresceu de forma exponencial. O INSPER aponta que, desde 1975, o crescimento anual da produtividade do agronegócio é de 3%, enquanto, em outros setores, houve crescimento ou decréscimo de, no máximo 1%. Isso permite concluir que há menos gente no campo, mas há maior produtividade.

Somando tais dados com os constantes registros de desmatamento, é de se concluir que a pressão sobre os recursos naturais tem aumentado significativamente. Mas, a boa notícia é que, com o advento da Lei nº 12.651/2012, que apresentou um novo Código Florestal, e a modernização dos mecanismos de regularização ambiental, a procura por áreas rurais com floresta para fins de compensação ambiental tem aumentado significativamente.

Yuri Rugai Marinho, diretor da Eccon Soluções Ambientais, registra que “temos recebido um grande número de contatos telefônicos e participado de reuniões com grandes empresas para tratar do assunto da compensação ambiental, principalmente para fins de regularização de Reserva Legal ou compensação dos impactos causados em grandes obras”.

De acordo com o consultor, embora haja extensas áreas rurais com florestas, somando milhares de hectares em todo o Brasil, o que impede a sua apresentação como área passível de compensação ambiental, normalmente, é a falta de documentos regulares e demais obrigações dos proprietários.

“Nossos clientes apresentam áreas rurais extensas, com floresta em pé, mas a venda não costuma ser viabilizada em razão da falta de documentação firme, quitação de dívidas, obrigações de georreferenciamento, dentre outras”, relata Yuri Marinho.

Por outro lado, há grandes grupos empresariais ou proprietários de fazendas buscando a compra de áreas para regularização de suas atividades.

Recentemente, a Votorantim Industrial anunciou que vai arrendar parte de suas áreas para fins de compensação ambiental, o que indica um reconhecimento de um grande player do mercado quanto ao potencial deste segmento de negócio.

As oportunidades são imensas. Apenas para se ter uma ideia, de acordo com o Senado Federal, 90% das propriedades rurais brasileiras estão irregulares no que se refere à Reserva Legal, o que significa que precisam comprar áreas de compensação ou realizar procedimentos internos de plantio e recuperação. O mercado é bilionário.

“Já tivemos êxitos em alguns projetos de compensação ambiental, em que fazendas foram regularizadas com a compra de áreas, mas ainda há muito o que explorar e crescer. Em grande parte, a expansão deste segmento depende da regularização das áreas dos vendedores”, finaliza o consultor.

Fonte: Exame

Mensalmente, enviamos cartas aos nossos clientes, parceiros e leitores. Queremos contribuir com as discussões, apresentar propostas e informar sobre as oportunidades de negócios que existem na seara ambiental. Se quiser receber a carta, escreva seu e-mail no quadro abaixo. Boa leitura!

* Campo obrigatório