Mudanças do setor energético para adaptação aos riscos climáticos – Vol. 77 – Outubro.2021
Neste volume da carta da ECCON, abordaremos as mudanças do setor energético no contexto de adaptação aos riscos climáticos.
Cenário
Em 2020, o Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum, em inglês) publicou seu Relatório Global de Riscos. Pela primeira vez, os 5 maiores riscos descritos estão ligados a questões ambientais. O relatório prevê ameaças ao clima e uma desaceleração econômica. Com a pandemia, tais aspectos foram acentuados.
Este ano, a Conferência das Partes 26 (“COP 26”), da Convenção do Clima, terá sede em Glasgow, na Escócia, e, além das discussões sobre as metas do Acordo de Paris (2015), o tópico polêmico é a questão econômica, tendo em vista a necessidade de recuperação pós-pandemia.
No campo da geração e consumo de energia, a China anunciou recentemente que deixará de financiar geração de energia movida a carvão e que aumentará o apoio ao desenvolvimento de energia verde.
Os países europeus, por sua vez, colocaram em pauta, como prioridade das suas ações para combater a crise climática, a descarbonização da economia. No mundo, a busca pela descarbonização energética é um grande objetivo e uma pré-condição para as relações com outras nações.
Financiamento Verde
Para mudanças com essa complexidade estrutural, é necessária a participação do setor público e de grandes financiamentos, a que os especialistas têm chamado financiamento verde.
O cenário atual é positivo pois os investidores estão incluindo a temática ambiental na equação de risco/retorno, principalmente para que sejam alcançados ganhos tanto ambientais quanto econômicos.
Nos últimos anos, a BlackRock, maior gestora global de ativos, tem apontado a inclusão da sustentabilidade como novo padrão de investimento e a necessidade de uma modificação estrutural das empresas para incluir o conceito como prioridade no âmbito corporativo, no relacionamento com clientes e em suas negociações.
O setor energético
No setor energético, pretende-se instituir políticas de incentivo para as companhias de energias renováveis. Tais posturas dos países desenvolvidos se refletem nas demais nações, sendo essa uma grande oportunidade para o Brasil, que possui 83% de sua matriz energética composta de fontes renováveis.
Dentre tais instrumentos brasileiros de incentivo, estão os certificados de descarbonização, como a Política Nacional de Biocombustíveis (“RenovaBio”), em vigor desde a promulgação da Lei nº 13.576/2017, cujo objetivo é o avanço da eficiência energética e aumentar a produção de biocombustíveis.
A maior parte das emissões de gases de efeito estufa, no Brasil, são provenientes de uso do solo. A matriz energética corresponde por uma parte menor. No entanto, é uma matriz vulnerável e, com as alterações do clima e redução de disponibilidade hídrica, pode ser necessária a implementação de usinas termelétricas a gás, o que aumentaria as emissões.
É necessário que se explore a alta incidência solar no país. Tanto pelas condições climáticas quanto pela necessidade de ampliação de matrizes não convencionais (solar, eólica, biomassa), as usinas fotovoltaicas se mostram como uma oportunidade muito positiva para os próximos anos.
A ECCON possui equipe técnica à disposição para apoiar a instalação e operação de empreendimentos energéticos desde as etapas iniciais, passando pelo licenciamento ambiental e o monitoramento na fase de funcionamento. Para mais informações, entre em contato conosco: contato@wordpress-1196016-4217327.cloudwaysapps.com.
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Yuri Rugai Marinho
Maria Vitoria Monteiro
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