A COP15 e as iniciativas de mercado em biodiversidade – Vol. 91 – Janeiro.2023
Neste volume da carta da ECCON, abordaremos as decisões da COP15 (Conferência das Partes sobre Biodiversidade) e os próximos passos da proteção da biodiversidade e geração de serviços ecossistêmicos no planeta.
Contexto
A COP15 é a 15ª conferência realizada no âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica e dá continuidade ao acordo assinado em 1992, na Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro, que criou regras e parâmetros para as nações agirem na proteção da biodiversidade global e seus recursos naturais.
Co-realizada pela China e Canadá, a COP15 teve dois momentos, sendo o primeiro online e o segundo presencial em Montreal entre 7 e 19 de dezembro de 2022. Reuniu federações e empresas de todo o mundo com o intuito de definir ações e iniciativas mundiais focadas na proteção e restauração da biodiversidade.
Trata-se do primeiro registro histórico de participação relevante do setor privado na discussão quanto à conservação da biodiversidade.
Global Biodiversity Framework
Foi nessa COP que se concretizou um acordo relevante denominado Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal (Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework), firmado com o intuito de conter a perda de biodiversidade e fomentar a restauração visando a recuperação de áreas degradadas. O acordo histórico apresenta quatro principais objetivos distribuídos em 23 metas a serem alcançadas até 2030.
A ECCON reuniu as principais metas e condutas globais que guiarão os próximos passos rumo à conservação de nossa biodiversidade:
- Realizar a conservação e gestão efetiva de pelo menos 30% das terras, águas interiores, áreas costeiras e oceanos do mundo. Atualmente, 17% e 10% das áreas terrestres e marinhas do mundo, respectivamente, estão sob proteção.
- Ter a restauração concluída ou em andamento em pelo menos 30% dos ecossistemas terrestres, de águas interiores e costeiras e marinhas degradadas.
- Prevenir a introdução de espécies exóticas invasoras prioritárias e reduzir em pelo menos metade a introdução e estabelecimento de outras espécies exóticas.
- Mobilizar até 2030 pelo menos US$ 200 bilhões por ano em financiamento doméstico e internacional relacionado à biodiversidade de todas as fontes – públicas e privadas.
- Reduzir pela metade o desperdício global de alimentos e reduzir significativamente o consumo excessivo e a geração de resíduos.
A urgência do acordo não poderia ser maior, uma vez que o novo relatório histórico da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), advertiu que cerca de 1 milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção nas próximas décadas. Segundo o relatório científico, “A saúde dos ecossistemas dos quais nós e todas as outras espécies dependemos está se deteriorando mais rapidamente do que nunca”.
O documento aprovado enfatiza a necessidade de promover contribuições efetivas de mulheres, pessoas de diversas identidades de gênero, povos indígenas, comunidades locais, organizações da sociedade civil e setores privado e financeiro para contribuir com as metas propostas.
Atuação do mercado em biodiversidade
Já não são poucas as empresas nacionais ou multinacionais que buscam trazer resultados positivos em biodiversidade dentro de sua atuação. Para tanto, voltam-se ao fomento ou indução de práticas regenerativas ou à conservação de ativos ambientais.
Nesse sentido, já anunciaram projetos de restauração empresas como a Cargill, Companhia Brasileira de Alumínio – CBA, Vale e a iniciativa denominada Biomas, composta por Itaú Unibanco, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale.
A ECCON tem atuação relevante no tema, conduzindo e gerindo projetos de restauração em todo o território nacional para diferentes clientes e elos dessa cadeia. O monitoramento de áreas em restauração, uma de nossas frentes, pode viabilizar avaliações temporais dos plantios, com vistas à verificação do funcionamento e da dinâmica das áreas restauradas, sendo fundamentais, por exemplo, para a identificação do cumprimento dos objetivos específicos do planejamento da restauração.
Além da execução de projetos de restauração, conduzimos estudos para a construção de indicadores de biodiversidade, a exemplo de avaliações da diversidade biológica nas comunidades locais (diversidade alfa) e a taxa de alteração na biodiversidade entre diferentes comunidades (diversidade beta), permitindo captar as consequências das atividades de restauração para além dos indicadores ecológicos, comumente utilizados para monitoramento de áreas em restauração: riqueza, densidade de regenerantes e cobertura do solo com espécies nativas. Tais resultados trazem maior confiabilidade e acurácia na gestão e resultados de nossos projetos, fornecendo informações adicionais para a proteção de nossos ecossistemas.
Para mais informações sobre projetos de restauração e análise de biodiversidade, entre em contato: contato@wordpress-1196016-4217327.cloudwaysapps.com.
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Yuri Rugai Marinho
Thaís Mazzafera Haddad
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