Mudanças climáticas, novos negócios ambientais e o PSA Carbonflor – Vol. 96 – Junho.2023

Neste volume da carta da ECCON, abordaremos o contexto das mudanças climáticas, a necessidade de novos negócios ambientais e o desenvolvimento da metodologia PSA Carbonflor.

Contexto

O Brasil é um país de proporções continentais com uma cobertura de mais de 60% de formações de vegetação nativa e florestais em seu território, segundo dados do programa MapBiomas. Esta cobertura vem sofrendo constante diminuição em virtude de mudanças de uso da terra e florestas, por meio de desmatamentos (PRODES), o que resulta em emissões significativas de gases de efeito estufa (GEE), tal como aponta a plataforma SEEG.

Além da expansão urbana, aspectos socioeconômicos escancaram a vantagem de curto prazo para o proprietário rural brasileiro de converter o uso do solo com a finalidade de desenvolver atividades agropastoris, ao invés de conservar a vegetação nativa local. Os proprietários que optam pela conservação voluntária e, com isso, prestam serviços à sociedade, se deparam com a falta de remuneração e reconhecimento.

Serviços Ambientais

Para entender melhor a importância da atuação dos produtores conservacionistas, é preciso dar atenção para a definição dos serviços prestados pela natureza e pelo ser humano em uma propriedade rural com um ecossistema estabelecido. A lei de Pagamentos por Serviços Ambientais (Lei nº 14.119/2021), por exemplo, define serviços ecossistêmicos como benefícios relevantes para a sociedade gerados pelos ecossistemas, em termos de manutenção, recuperação ou melhoria das condições ambientais nas modalidades de provisão, suporte, regulação e culturais e serviços ambientais como atividades individuais ou coletivas que favorecem a manutenção, a recuperação ou a melhoria dos serviços ecossistêmicos.

Nesse contexto, constata-se uma realidade em que o proprietário conservador presta serviços ambientais que dão suporte a diversos serviços ecossistêmicos beneficiando a sociedade como um todo e não são remunerados por isso. Por outro lado, a sociedade reconhece e remunera a produção agropecuária.

Mudanças climáticas e negócios ambientais

O mundo se esforça para mitigar as mudanças climáticas, por meio de compromissos públicos e privados de redução de emissões, estratégias de ESG e Net Zero, bem como acordos globais para tentar limitar o aumento de temperatura até o final do século em 1,5º C. Líderes mundiais, acadêmicos e sociedade civil direcionam seus esforços para mitigar essas mudanças e criar diretrizes de funcionamento socioambiental e econômico que atendam a esta demanda mundial.

Esse cenário, que alia a falta de reconhecimento dos proprietários conservacionistas à mitigação das mudanças climáticas, demanda uma mudança de comportamento na sociedade e um olhar novo a respeito das formas de fazer negócios ambientais. A conservação precisa ser incentivada com novos modelos de negócios, remunerando e reconhecendo os serviços prestados por esses proprietários.

Projetos de pagamento por serviços ambientais são, em princípio, um caminho promissor para viabilizar essas expectativas. No entanto, quando olhamos para os métodos de PSA existentes no Brasil, nota-se que há boas iniciativas, principalmente para PSA hídrico, mas que ainda não possuem homogeneidade de método e que são, em sua maioria, de difícil desenvolvimento e aplicação.

Geralmente, demandam a atuação de diversas entidades para constituição de um projeto, ou até mesmo ação ou parceria governamental. Os projetos de PSA não alcançaram nível de escalabilidade e financiamento que atenda as demandas dos proprietários conservacionistas de forma mais simples e menos custosa.

PSA Carbonflor

Visando endereçar este cenário, a ECCON se propôs a desenvolver uma metodologia denominada PSA Carbonflor, capaz de homogeneizar a forma como o proponente de projeto e o proprietário entendem o papel dos serviços prestados em suas áreas, para parametrizar essas informações e tornar o PSA escalável, de maneira que a conservação ambiental seja um negócio ambiental viável em um país com tanto potencial como o Brasil.

O desenvolvimento da metodologia contou com contribuições e apoio da Reservas Votorantim e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, além de revisões e sugestões de especialistas e cientistas do Brasil e outros países do mundo.

Neste vídeo, ECCON e Reservas Votorantim abordam os principais aspectos do projeto.

A metodologia e o projeto PSA Carbonflor têm como objetivo mensurar os serviços ecossistêmicos gerados em propriedades privadas que possuem um ecossistema com grau elevado de conservação, por meio de indicadores ecossistêmicos e, finalmente, após parametrizações e monitoramentos, remunerar o serviço ambiental de conservação prestado.

O PSA Carbonflor está em constante aprimoramento e aberto a novas perspectivas que possam atender à sociedade brasileira de forma adequada. Para mais informações, entre em contato pelo contato@wordpress-1196016-4217327.cloudwaysapps.com.

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Camilla Olival
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